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terça-feira, 19 de abril de 2016

Como lidar com a violência


Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Mateus 5:39, 40

O comerciante Alexandre Gouveia Zahur, de 27 anos, foi morto com três tiros, ao reagir a uma tentativa de assalto, no Rio de Janeiro. O coronel do Exército Joel Valente Passos, de 56 anos, levou um tiro na cabeça, quando tentava fugir de assaltantes, e morreu.

Em caso de assalto ou agressão, temos sempre três alternativas: reagir, fugir ou dar a outra face. O comerciante mencionado acima reagiu e foi morto. O coronel tentou fugir, e também foi morto. E esses não são casos isolados. Basta acompanhar o noticiário para perceber que essas ocorrências são frequentes. Qual a melhor opção? Aquela indicada por Cristo: não resistir.

O assaltante exige dinheiro? Dê-lhe o dinheiro e também o relógio. “As pessoas devem aprender de uma vez por todas que não podem reagir a assaltos”, afirmou o comandante Naor Huguenin, do 6º BPM.

O comandante Huguenin não estava ensinando nenhuma novidade. Cristo já havia dito isto 2000 anos atrás. E se Alexandre Zahur e o Coronel Passos tivessem posto em prática esse conselho, ainda poderiam estar vivos.

Nem fugir nem reagir. Quem foge geralmente é perseguido, pois a fraqueza é cúmplice da ferocidade alheia. Por outro lado, quem revida a uma agressão estimula o agressor a ser ainda mais violento, levando-o até a disparar a arma, e então um dos dois poderá perder a vida.

Não resistir, e ainda oferecer a outra face, apesar de parecer absurda, é, de longe, a melhor alternativa. Porque é uma demonstração de coragem moral e domínio próprio, que, por serem raros, geralmente surpreendem o agressor, deixando-o confuso e envergonhado.

O conselho de Cristo é superior à lei do “olho por olho, dente por dente”, porque quebra o ciclo de hostilidades, introduzindo graciosamente o perdão onde se esperava justiça.

Para Jesus, o inimigo não é um alvo a ser eliminado, mas um ser humano a ser redimido. Se não fosse assim, como poderíamos entender Suas palavras na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34)?

Dar a outra face e perdoar são atitudes nobres, que abrem a porta para a paz e a reconciliação. Não é fácil, mas é a melhor alternativa.


Rubem M. Scheffel, 

A síndrome da perseguição - Rubem M. Scheffel

O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas. Isaías 33:16

Nascido em lar adventista, habituei-me a ouvir falar da perseguição – esse período difícil que o povo de Deus irá enfrentar pouco antes da segunda vinda de Jesus.

Preocupado com a possibilidade de passar fome durante a perseguição, um piedoso irmão nosso, muitos anos atrás, armazenou boa quantidade de alimentos enlatados e os enterrou no quintal de sua casa. Quando a perseguição viesse, e não mais fosse possível comprar nem vender, ele poderia ao menos garantir sua sobrevivência durante algum tempo.

Mas o tempo passou, as latas enterradas se enferrujaram, os alimentos se estragaram, nosso irmão morreu e a perseguição não veio. E se tivesse vindo, teria ele se beneficiado dessa provisão?
Ainda hoje vejo muitos adventistas sofrendo dessa doença que chamo de “Síndrome da Perseguição”. Trata-se de uma doença espiritual, que ataca pessoas boas, mas que concentram seus preparativos e atenções mais na perseguição do que na segunda vinda de Jesus.
Ora, se cremos que durante o tempo de angústia o nosso pão e a nossa água serão certos, qualquer preparo material que façamos agora será tão infrutífero como o dos israelitas que guardaram maná para o dia seguinte, durante sua peregrinação pelo deserto. O resultado foi que o maná deu bichos e cheirava mal (ver Êx 16:19, 20).

Que lição se pode tirar de tais experiências?
Que o único preparo a ser feito agora, para o tempo de angústia, é de caráter espiritual.

Lembremo-nos da recomendação que Ellen G. White fez a esse respeito: “O Senhor tem-me mostrado repetidamente que é contrário à Bíblia fazer qualquer provisão para o tempo de angústia. Vi que se os santos tivessem alimento acumulado por eles no campo no tempo de angústia, quando a espada, a fome e pestilência estão na Terra, seria tomado deles por mãos violentas e estranhos ceifariam os seus campos. Será para nós então tempo de confiar inteiramente em Deus, e Ele nos sustentará. Vi que nosso pão e nossa água serão certos nesse tempo, e que não teremos falta nem padeceremos fome, pois Deus é capaz de estender para nós uma mesa no deserto. Se necessário, Ele enviaria corvos para alimentar-nos, como fez com Elias, ou faria chover maná do céu, como fez para os israelitas” (Primeiros Escritos, p. 56).

Se você crê nessas promessas, não há por que sofrer antecipadamente a perseguição.


Rubem M. Scheffel